O projeto luminotécnico para o Grande Teatro do Palácio das Artes engloba os dois temas distintos da iluminação de um edifício teatral: a iluminação da platéia e a luz cênica.
Conceitualmente, ambas são projetadas para criar um estado de espírito e a consequente resposta emocional do espectador.
Fotos: Fundação Clóvis Salgado
A iluminação da plateia pretende atingir um grau de cumplicidade com o espectador, visando o nível de ansiedade positiva que significa estar na expectativa da obra de arte e a fruição do tema exposto. Isso significa a possibilidade de uso da sala para todos os eventos que possam se utilizar da pauta do Grande Teatro. Da conferência, do debate, passando pelos concertos e pelas artes cênicas. Nos primeiros teremos uma quantidade de luz suficiente para leituras e anotações. Já os espetáculos poderão criar o clima adequado à estética da encenação, ensejando ao Diretor a possibilidade da composição emocional na sequência dos três sinais.
A iluminação cênica fala por si mesma. A intenção é dotar o conjunto da maior possibilidade de uso, considerando um rigor técnico nas angulações e uma disponibilidade de equipamentos, recursos técnicos e recursos operacionais. A excelência do material instalado fica ao dispor do processo criativo que será, então, o agente estimulador da resposta emocional do espectador.
A Iluminação da Plateia
A proposta de instalação dos pontos de iluminação da plateia se ateve à definição do projeto arquitetônico, respeitando as formas, volumes, materiais e espaços determinantes dos campos afins da acústica, conforto ambiental e segurança.
A montagem do projeto direcionou-se observando a qualidade de luz e a facilidade de manutenção, itens que devem se completar.
As luzes de serviço nas varandas atendem à segurança e ao conforto nos dois sistemas específicos: o primeiro relativo à circulação, acesso às pontes durante os serviços de montagem da luz cênica; o segundo é relativo à mesma circulação e acesso às pontes durante o espetáculo.
A plateia propriamente dita possui dois sistemas distintos: a iluminação espacial do ambiente e a iluminação dos volumes laterais em resina. Estes sistemas são divididos em vários circuitos dimerizados e independentes para uso estético quando da entrada do público.
Recomenda-se que os dimmers da iluminação da plateia fiquem instalados nos espaços contíguos à cabine de operação, o que se justifica pela proximidade dos pontos, economia de cabos e fios e facilidade de montagem e manutenção. O projeto recomenda, nos casos específicos, a operação dimerizada na cabine em função do espetáculo e a operação “à seco” nos controles do palco.
A iluminação de um teatro requer o conhecimento de algumas peculiaridades:
O tipo de lâmpada a ser utilizada deve aceitar a dimerização, ou seja, através da mesa de comando ou de interruptores especiais, reduzir suavemente a luz ambiente. Não é recomendável a utilização de lâmpadas frias, apesar de algumas serem passíveis de dimerização, a temperatura de cor das lâmpadas incandescentes é mais adequada aos espetáculos teatrais.